terça-feira, 29 de maio de 2012

O Flamengo sempre quis ser o Botafogo

Efetivamente, o Clube de Regatas Flamengo nasceu por reação da rapaziada do Flamengo aos remadores do Botafogo. Ruy Castro, rubro-negro apaixonado, refere-se ao fenômeno dizendo que o desporto da moda era o remo e que os remadores do Botafogo “vinham remar no Flamengo e conquistavam as moças com seus músculos de ferro”. O autor descreve que os calções iam até aos joelhos e que as camisetas sem mangas mostravam braços capazes de carregar uma canoa e remar tal como ‘deuses da mitologia’. Ruy Castro conta que algumas moças aceitavam convites dos remadores botafoguenses para passearem na baleeira ‘Étincelle’, que à época era a mais famosa do clube da estrela solitária. Então, as moças sentiam-se entusiasmadas, mas “os rapazes da praia do Flamengo não gostavam nem um pouco daquilo. E quatro deles resolveram tomar providências”. [ver narração completa em Castro, Ruy (2004), Flamengo – o vermelho e o negro, Rio de Janeiro: Editora Ediouro].

As providências corresponderam à criação de um clube que rivalizasse com o Botafogo. Porém, após a fundação, o barco ‘Pherusa’ dos rubro-negros naufragou na primeira saída e os remadores foram salvos por uma lancha. Entretanto, na primeira regata que disputaram, a nova baleeira ‘Sycra’ largou no Gragoatá, em Niterói, mas como a tripulação almoçara um bacalhau à portuguesa regado com vinho verde, sentiu-se mal durante o percurso, embateu numa bóia de sinalização e foi uma lancha do Botafogo que rebocou a guarnição do Flamengo para terra firme. Porém, estes desaires não fizeram os rapazes rubro-negros desistir. A sua persistência fez nascer um clube com futuras tradições no remo e em muitos outros desportos.

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